Por Igor Dias
Em outros
tempos, na época dos coronéis, a política era feita de forma diferente: cada
coronel possuía seu próprio curral eleitoral (grupo de pessoas que votava no
candidato indicado pelo coronel). Então, os coronéis se dividiam em grupos e
cada grupo apoiava um candidato. Em Pedra Azul, eram os gorutubanos e os
Órions. Hoje em dia, a situação é diferente! Há pessoas na cidade com certo
destaque político e cada uma delas carrega consigo um grupo de pessoas que vota
religiosamente em quem elas indicarem. Geralmente, um grupo dessas pessoas com
influência política se unem e apoiam determinado candidato. Será que a situação
é realmente diferente ou só mudaram os nomes?
É... Nem
quando tiram o cabresto do povo, o povo consegue tirar o cabresto de si mesmo!
Os tempos mudaram, o voto é secreto, mas o povo ainda carrega em si que deve
seguir um lado do começo da vida até a morte! E de quem é a culpa? Do povo ou
dos políticos? Talvez de ambos. Podemos assumir aqui uma conduta em favor do
povo e discorrer sobre uma linha de pensamento verdadeira que é a que diz que o
governo não dá educação de qualidade porque consegue manipular o povo melhor
quando o povo se encontra na ignorância. Mas o que dizer daqueles que detêm o
conhecimento e continuam no cabresto?
Certo é que
mesmo depois de todas as mudanças, continuamos na época do coronelismo. Ninguém
sequer se recorda de política durante quatro anos e quando se aproxima o pleito
eleitoral começa a guerra nas ruas. Como na capital em dias de clássico
Cruzeiro x Atlético-MG em que pessoas desvairadas atacam-se e machucam-se mutuamente.
Deveríamos escolher um candidato e, no entanto, escolhemos um lado (geralmente
o lado que nossos pais sempre estiveram) e continuamos nesse lado durante toda
uma vida não importa quão pilantra seja o candidato.
E ai do
candidato que se candidatar sem o apoio de ao menos um desses novos coronéis disfarçados.
Esse, coitado, a não ser que se candidate em uma cidade com eleitores mais
conscientes, não terá chance alguma. Acredito que Pedra Azul esteja mudando e
que, em breve, novas pessoas possam se candidatar sem estar ao lado de um
desses cidadãos influentes na política e tenha verdadeiras chances de vitória.
Quem sabe essa época já não chegou? Isso só 7 de outubro dirá.
Nota do autor: O texto não critica ou privilegia qualquer
candidato. Trata-se de crítica ao sistema que impera em nossa cidade e em
grande parte do Brasil, que discrimina e dificulta a candidatura de pessoas
desprovidas de apoio político definindo de forma autoritária quem pode e quem
não pode se elevar a cargos políticos.
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