quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Coronelismo e atualidade



Por Igor Dias

Em outros tempos, na época dos coronéis, a política era feita de forma diferente: cada coronel possuía seu próprio curral eleitoral (grupo de pessoas que votava no candidato indicado pelo coronel). Então, os coronéis se dividiam em grupos e cada grupo apoiava um candidato. Em Pedra Azul, eram os gorutubanos e os Órions. Hoje em dia, a situação é diferente! Há pessoas na cidade com certo destaque político e cada uma delas carrega consigo um grupo de pessoas que vota religiosamente em quem elas indicarem. Geralmente, um grupo dessas pessoas com influência política se unem e apoiam determinado candidato. Será que a situação é realmente diferente ou só mudaram os nomes?

É... Nem quando tiram o cabresto do povo, o povo consegue tirar o cabresto de si mesmo! Os tempos mudaram, o voto é secreto, mas o povo ainda carrega em si que deve seguir um lado do começo da vida até a morte! E de quem é a culpa? Do povo ou dos políticos? Talvez de ambos. Podemos assumir aqui uma conduta em favor do povo e discorrer sobre uma linha de pensamento verdadeira que é a que diz que o governo não dá educação de qualidade porque consegue manipular o povo melhor quando o povo se encontra na ignorância. Mas o que dizer daqueles que detêm o conhecimento e continuam no cabresto?

Certo é que mesmo depois de todas as mudanças, continuamos na época do coronelismo. Ninguém sequer se recorda de política durante quatro anos e quando se aproxima o pleito eleitoral começa a guerra nas ruas. Como na capital em dias de clássico Cruzeiro x Atlético-MG em que pessoas desvairadas atacam-se e machucam-se mutuamente. Deveríamos escolher um candidato e, no entanto, escolhemos um lado (geralmente o lado que nossos pais sempre estiveram) e continuamos nesse lado durante toda uma vida não importa quão pilantra seja o candidato.

E ai do candidato que se candidatar sem o apoio de ao menos um desses novos coronéis disfarçados. Esse, coitado, a não ser que se candidate em uma cidade com eleitores mais conscientes, não terá chance alguma. Acredito que Pedra Azul esteja mudando e que, em breve, novas pessoas possam se candidatar sem estar ao lado de um desses cidadãos influentes na política e tenha verdadeiras chances de vitória. Quem sabe essa época já não chegou? Isso só 7 de outubro dirá.

Nota do autor: O texto não critica ou privilegia qualquer candidato. Trata-se de crítica ao sistema que impera em nossa cidade e em grande parte do Brasil, que discrimina e dificulta a candidatura de pessoas desprovidas de apoio político definindo de forma autoritária quem pode e quem não pode se elevar a cargos políticos.




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