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sexta-feira, um editorial importante; ele destaca reportagem do 
concorrente Estadão, revelando documentos que aproximam o escândalo da 
Alsom da alta cúpula tucana; "documentos vindos da Suíça acentuam 
suspeitas de corrupção nas licitações de metrô e trens de São Paulo 
durante gestões do PSDB", diz o texto; no entanto, jornal reconhece a 
falta de empenho para apurar o caso, a não ser na Suíça; "não deixa de 
ser curioso que, por enquanto, o maior empenho venha de um país que 
pouco tem a ver com a história"; mea culpa?
247 -
 Nesta sexta-feira, a Folha de S. Paulo publica um editorial importante.
 Ponto 1: há corrupção nas gestões do PSDB em São Paulo. Ponto 2: o 
escândalo do metrô se aproxima da alta cúpula tucana, depois que José 
Luiz Alquéres, ex-presidente da Alstom, citou seus "amigos" no PSDB, 
referindo-se a Geraldo Alckmin e José Serra, entre outros (leia mais aqui). No entanto, o jornal de Otávio Frias Filho reconhece a falta de empenho no Brasil para investigar o caso. Será um mea culpa?
As trilhas do cartel
Documentos vindos da Suíça acentuam suspeitas de corrupção nas licitações de metrô e trens de São Paulo durante gestões do PSDB
Vêm da Suíça, e não pela primeira 
vez, documentos capazes de acentuar as suspeitas que recaem sobre 
sucessivas administrações do PSDB em São Paulo. O Estado, governado 
pelos tucanos desde 1995, teria hospedado um esquema milionário para 
burlar licitações de metrô e trens da CPTM.
O escândalo foi reavivado pela empresa alemã Siemens, uma das partícipes da fraude. Conforme esta Folha noticiou
 em 14 de julho, a companhia, em troca de imunidade, delatou às 
autoridades brasileiras a existência do cartel --criado, como sempre, 
para eliminar a concorrência e, assim, aumentar os preços cobrados pelos
 serviços.
Entre as multinacionais envolvidas 
estaria a francesa Alstom, ela própria alvo de investigações pelo 
alegado pagamento de propinas em diversos países.
Até aqui sem provas do envolvimento 
de políticos no caso paulista, as apurações avançam em torno de 
personagens que, obscuras para o grande público, têm sua importância 
cada vez mais reconhecida pelos investigadores.
Uma das peças centrais parece ser o 
lobista Arthur Teixeira. Em agosto, soube-se que seu nome aparecia em 
documentos da Siemens como participante das negociações de contratos de 
manutenção de trens.
Na semana passada, Teixeira voltou 
ao noticiário. Dessa vez, implicado no pagamento de US$ 836 mil (cerca 
de R$ 1,8 milhão) que, segundo o Ministério Público, foi feito pela 
Alstom ao ex-diretor da CPTM (Companhia Paulista de Trens 
Metropolitanos) João Roberto Zaniboni. Tal afirmação baseou-se em 
documentos enviados ao Brasil por autoridades suíças.
Há mais na papelada helvética. Como 
informou o jornal "O Estado de S. Paulo", entre os documentos está um 
e-mail, de 18 de novembro de 2004, no qual o então presidente da Alstom 
no Brasil, José Luiz Alquéres, recomendou "enfaticamente" a diretores da
 empresa que buscassem Teixeira para desenvolver negócios em São Paulo.
Alquéres também teria afirmado que 
tinha "longo histórico de cooperação com as autoridades do Estado" e que
 apoiou pessoalmente "amigos políticos no governo". À época, Geraldo 
Alckmin era o governador, e José Serra acabara de eleger-se prefeito da 
capital.
Ao ser questionado, Alckmin afirmou 
ontem que a corregedoria e a controladoria do Estado têm a recomendação 
de investigar o caso, "doa a quem doer".
É o mínimo que se espera, dado o 
tamanho do prejuízo que a corrupção pode ter causado aos cofres 
públicos. Mas não deixa de ser curioso que, por enquanto, o maior 
empenho venha de um país que pouco tem a ver com a história.
 
 
 

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