sexta-feira, 14 de junho de 2013

Igor Dias: Agora sei porque ativistas odeiam a polícia! E a mídia? E os políticos?




Por Igor Dias

Nada mais maldoso do que os comentários dos ativistas quando o assunto é a polícia. Chegam a falar mais mal da polícia do que dos políticos contra quem conduzem suas manifestações. Manifestações estas das mais legítimas! Lutar contra a corrupção, contra o enriquecimento das grandes empresas que corroem o salário das classes mais baixas, contra a intolerância ao racismo e a atos desumanos. É legítima a manifestação pacífica da população para solicitar seus direitos. Mas onde fica a linha divisória entre o meu direito de manifestar e o direito dos outros?

Assisti a grande parte da cobertura pela TV Record mostrando o auge da verdadeira guerra que se tornou o centro de São Paulo. O que vi foi um confronto armado de ambas as partes (polícia e manifestantes). Enquanto bombas de efeito moral saltavam em direção aos manifestantes, coquetéis molotov e bombas da própria polícia eram atirados pelos manifestantes contra os policiais. Vi um grupo pequeno de policiais sendo cercado pela multidão que lhes atiravam pedras, pedaços de pau, garrafas e outros objetos, enquanto um único manifestante tentava segurar a multidão que tentava agredi-los.

Um policial foi cercado e apedrejado por uma multidão que gritava “lincha, mata, toma a arma dele”.

Pelo facebook, manifestantes xingavam a polícia por ter agredido um repórter. Fiquei sem entender a situação até que nos noticiários, foi mostrada a ação do jornalista que derrubou um capacete policial e o chutou, sendo perseguido pelos policiais e preso, mas mesmo assim, resistia com toda a sua força a prisão.

O noticiário informou sobre os feridos entre policiais e manifestantes. Apenas um estava ferido gravemente: um policial.

Vi também um homem que se apresentou aos repórteres alegando que voltava do trabalho quando foi atingido por um tiro de bala de borracha. Não havia gravações.

Também foram mostradas depredações, pichações e vários tipos de agressões por todas as partes.

Enfim, não tratarei aqui dos exageros cometidos por policiais e manifestantes para não cometer injustiças nem com um nem com outro, pois nem todos os manifestantes foram criminosos nem todos os policiais cometeram abusos.

Analisando as atribuições da polícia militar temos que: Art. 144 … § 5º - às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública;

Quem conhece a cidade de São Paulo sabe o caos que é o trânsito. Agora imagina o caos desse trânsito somado a paralisação de avenidas principais do centro da cidade? Multiplicamos o caos resultante pela depredação do patrimônio público e privado. Ai está o caos da ordem pública. A manifestação é legítima? É! Mas e as pessoas que estão saindo cansadas após a exaustão do serviço naquela cidade? E as pessoas que estavam se deslocando para o serviço ou estudo naquele momento? E os donos dos patrimônios privados que foram depredados e pichados pelos manifestantes? Sem contar a depredação do próprio patrimônio público que é pago por nós! Eles quebram e pagam de volta.

Com isso já chegamos ao primeiro ponto: a polícia nada mais fazia do que o seu trabalho que inicialmente seria a desobstrução das vias públicas e a tentativa de impedir os crimes cometidos por alguns dos manifestantes disfarçados no meio da multidão. Geralmente, a polícia apenas acompanha a manifestação para, inclusive, proteger os manifestantes. Quando a manifestação afeta por demais a ordem pública, é determinada a dispersão da multidão pelo superior hierárquico que segue linha até o Governador do Estado. Sendo determinado aos policiais através de ordem legítima, estes são obrigados a cumprir sob pena de prisão por desobediência. Então iniciam a dispersão através do uso de spray de pimenta, bombas de gás lacrimogênio e efeito moral. O interesse dos policiais não é o confronto e a agressão com os manifestantes até porque estão em menor número. O uso do gás é para não causar a integridade física dos manifestantes. Querem apenas a dispersão e inclusive suas formações cedem espaço para que os manifestantes deixem o local ao invés de acuá-los. Com a revolta da população contra a polícia, estes tem de usar de mecanismos mais ofensivos como as balas de borracha. É até uma questão de legítima defesa dos policiais. Afinal, os manifestantes também querem defender o direito de agredir os policiais?

E ninguém fala nada da mídia que descaracterizou uma manifestação tão bonita mostrando apenas a pancadaria promovida pelos vândalos e os supostos abusos promovidos pela polícia.

Cadê a crítica em cima da postura do prefeito e dos grandes lucros das empresas de ônibus que cobram caro da sociedade e investem muito pouco em infraestrutura, superlotando ônibus que levam ao perigo a vida daqueles que nele trafegam?

Nisso tudo até os manifestantes se alienam, se esquecem do propósito central de sua revolta, a cobrança abusiva da tarifa de ônibus, e partem pra cima da polícia que nada mais fazia que seu dever constitucional. Considera o dever constitucional da polícia errado? Então lutem pra mudar as leis e aguardem as consequências que virão com o caos que se instalará quando for permitido que qualquer manifestação feche todas as ruas que desejem e quebrem tudo o que der vontade.

E lembrem-se de uma coisa também senhores ativistas: a polícia também é cidadão e precisa pegar ônibus, mas se não cumprirem a ordem de retomar a ordem pública, os senhores seriam capazes de libertá-los da cadeia a que os policiais estariam sujeitos?

Não defendo os policiais que cometeram abusos. A estes, torço para que sejam identificados e que a justiça seja feita para eles como também para os manifestantes.

Nem todo manifestante é vândalo. Nem todo policial comete agressão gratuita.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...