Programa da Emater-MG instalou na cidade um espaço com sala de
administração e loja para comercialização de produtos da agricultura
familiar
O turismo rural incrementa a economia de 13 comunidades rurais e se
consolida como mais uma fonte de renda para agricultores familiares de
seis municipios, na área de atuação da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG),
na regional Diamantina. Batizado de Programa de Turismo de Base
Comunitária, a iniciativa teve inicio em 2009, na comunidade do Vau, em
Diamantina. No local foi instalada a Vila Real, um espaço com estrutura
de vilarejo, sala de administração, loja para comercialização de
produtos da agricultura familiar da comunidade, lanchonete e cozinha.
Só na comunidade do Vau o programa beneficia 17 famílias de
agricultores familiares, mas a iniciativa também está presente nos
municípios de Gouveia, São Gonçalo do Rio Preto, Couto Magalhães,
Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas. O objetivo, segundo a
extensionista Claudete Maria Souza, coordenadora técnica regional de
Turismo Rural, é apoiar os moradores das comunidades rurais que estão
investindo nessa modalidade de turismo. A proposta é estimular a geração
de ocupação e renda, valorizar a cultura local e promover a visitação e
a proteção dos recursos naturais.
“É um segmento de turismo trabalhado com os moradores das comunidades
rurais de forma participativa. Esse tipo de turismo também ajuda na
preservação dos recursos naturais, na valorização cultural e na
autogestão dos projetos, sem intermediários. Os agricultores recebem os
turistas em suas casas e produzem os produtos que oferecem”, explica a
coordenadora da Emater-MG. Para tanto, conforme aponta Claudete, a
Emater-MG participa do programa, realizado em parceria com associações
comunitárias, prefeituras, ongs, universidades, Instituto Estadual de Florestas (IEF)
e outras instituições. A empresa atua com ações para a organização de
grupo gestor, assistência técnica para produção de hortaliças, frutas,
artesanato, doces e quitandas.
A Emater-MG também realiza diagnósticos, articula parcerias, elabora
projetos de abastecimento de água, sinalização de locais turísticos,
melhoria das estradas de acesso, organização de eventos tais como
caminhadas, cavalgadas e festivais de comidas típicas. Além disso, a
empresa pública incentiva a qualificação técnica dos moradores
preparando-os para receber bem os que se hospedam em suas casas ou
simplesmente realizam passeios nos lugares da região.
A extensionista Claudete Maria conta que, somente em seis comunidades
onde a Emater-MG atua há mais tempo, 47 famílias já exercem a atividade.
“A maioria é agricultor familiar e o turismo rural complementa a
renda”, explica. Ela calcula que cada caminhada, por exemplo, organizada
pela comunidade, deve gerar cerca de R$ 160 de lucro por dia para uma
família. “Isso para um agricultor familiar faz diferença”, garante,
salientando também os ganhos retirados dos festivais de comidas típicas e
das diárias cobradas pela hospedagem dos turistas.
“Temos aposentados e os que vivem da agricultura e o turismo vem
complementar a renda familiar”, confirma também Geraldo Arcanjo de
Oliveira, o Ladico, líder na comunidade de Cuibá, no município de
Gouveia. Entre 60 a 70 moradores complementam a renda com o Projeto de
Turismo de Vilarejo, implantado em 2008, após seleção feita pelo governo
federal, por meio de chamada pública. No lugarejo de 22 casas, os
agricultores recebem cerca de 120 turistas por ano. “São pessoas que
buscam descanso, florestas, serras, hortas, cachoeiras e caminhadas”,
explica. Ao lado da esposa Tânia Maria Andrade de Oliveira, Ladico vive
na comunidade desde que nasceu há 55 anos.
Festival de comidas típicas
O Festival de Comidas Típicas de Cuiabá, evento que acontece sempre no
mês de maio, costuma atrair muitos turistas, nos dois dias do evento,
segundo Ladico. “Este ano recebemos umas 1.200 pessoas, o que gerou uma
renda de R$ 15 mil”, revela, acrescentando que a prefeitura apoia com
shows. Toda a comunidade passou por capacitação, conforme o líder, e os
moradores estão preparados para receber os visitantes. Os turistas podem
escolher os roteiros de passeios, conduzidos por guias qualificados ou
usufruirem dos barzinhos e barracas com produtos da terra.
A hospedagem em Cuiabá acontece nas pousadas domicilares, que passaram
por melhorias e adequações para receber os turistas. Os alimentos são
retirados dos quintais e pomares, assistidos pela Emater-MG, que
incentiva o plantio orgânico. A diária na comunidade, incluindo café da
manhã, almoço e jantar está em R$ 70. As delícias gastronômicas podem
ser conferidas na primeira refeição do dia, segundo o líder comunitário
Ladico: “preparamos leite, doces, queijos, requeijão e quitandas para o
café da manhã”. O site www.turismodevilarejocuiaba.com.br tem mais informações do projeto.
Agência Minas
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